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Projeto da Unemat em educação indígena é destaque em telejornal da capital
Matéria retratou importância do curso para emancipação dos povos e valorização de sua cultura
Projeto da Unemat em educação indígena é destaque em telejornal da capital
21/04/2005 14:25:51
por Coordenadoria de Comunicação Social
Acadêmica do 3° Grau Indígena durante etapa presencial do curso
Acadêmica do 3° Grau Indígena durante etapa presencial do curso

O projeto 3º Grau Indígena desenvolvido pela Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) foi destaque na edição de hoje (19/04) do telejornal Bom Dia MT da TV CentroAmérica, no dia do índio. No dia do Índio, a matéria apresentou acadêmicos indígenas de 44 etnias de vários estados do País durante atividades da etapa presencial de ensino do curso e nas salas de aula das escolas de suas comunidades de origem. O projeto atualmente é referência de ensino diferenciado no País e uma proposta bem-sucedida da Universidade de acesso ao ensino superior a diversos segmentos da população mato-grossense.

“Aqui eu consegui encontrar o conhecimento que interessa a nossa comunidade, aprendemos e ensinamos a valorizar e manter a nossa cultura”, disse Andila Belfori.

De acordo com o coordenador do 3º Grau Indígena, Elias Januário, uma das principais finalidades do curso é mesclar conhecimento não índio à cultura indígena tradicional. “O currículo curso valoriza o conhecimento tradicional das aldeias, esse é um dos grandes méritos do projeto da Unemat”, frisou Januário.

“É importante ter uma universidade como a Unemat que promove o ensino diferenciado, isso reforça o processo de identidade indígena” disse Izidoro Rikbatsa, em entrevista ao vivo no telejornal.

O projeto 3º Grau Indígena é executado pela Unemat em parceria com a Secretaria de Estado de Educação (Seduc), Fundação Nacional do Índio (FUNAI) e a prefeitura de Barra do Bugres e atende professores de 36 etnias indígenas de Mato Grosso e de outros 11 estados que lecionam em escolas indígenas do ensino fundamental e médio.

Avaliação

Este ano as atividades da etapa presencial do 3º Grau Indígena realizadas em janeiro foram acompanhadas de perto pelo doutor Darci Secchi (UFMT) com a finalidade de recolher dados para a elaboração de um relatório de avaliação externa. Neste período, primeira fase de coleta das informações, o pesquisador entrevistou alunos, professores e técnicos e teve acesso a documentação pedagógica e administrativa do projeto.

A 2ª fase do levantamento está em andamento com visitas às aldeias, onde o pesquisador tem acompanhado as atividades pedagógicas dos acadêmicos e feito entrevistas com lideranças indígenas e com a comunidade sobre o trabalho do professor indígena após seu ingresso no curso superior.

De acordo com a coordenação do 3º Grau indígena, os dados irão contribuir com a avaliação da proposta pedagógica e curricular do projeto e seus desdobramentos nas escolas indígenas, apontar avanços e limitações dos acadêmicos no exercício da docência e na relação com a comunidade, além de sinalizar com alternativas de aprimoramento e superação de dificuldades na consolidação do modelo de educação diferenciada e intercultural.

As aldeias de Umutina (Barra do Bugres), Rio Verde e Kotitico (Paresi/Tangará da Serra) já receberam a visita do professor. Dando seqüência ao trabalho, serão feitas visitas as aldeias Bakairi, Bororo e Xavante. A entrega do relatório – que faz parte da proposta original do projeto - deve ocorrer no início de julho de 2005 e prevê ainda mais uma avaliação para 2006.

Histórico

Durante a realização do I Congresso Indigenista Interamericano no México, em 1940, os representantes de diversos países americanos decidiram convidar os índios, tema central do Congresso, para o evento. Entretanto, a comissão encarregada de fazer o convite encontrou resistência por parte dos índios que, habituados as perseguições e traições, mantinham-se afastados das reuniões, de nada valendo os esclarecimentos e tentativas dos congressistas. Dias depois, convencidos da importância do Congresso na luta pela garantia de seus direitos, os índios resolveram comparecer. Essa data, por sua importância na história do indigenismo das Américas, foi dedicada à comemoração do Dia do Índio. A partir de então, o dia 19 de abril passou a ser consagrado ao Índio em todo território americano.

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